Loteria, apostas esportivas e cassinos online: da diversão à perdição
Data da publicação:
É fim de ano. Luzes na janela, guirlandas nas portas, árvores de Natal espalhadas na cidade. Uma cena típica do mês de dezembro. Mas um evento bastante aguardado por muitos é: a Mega-Sena da Virada. Talvez o momento mais esperado do ano por alguns. Pessoas fazem planos com o dinheiro que ganhariam: viagens, roupas, carros, imóveis, ajudar a família e amigos, etc. Planos incontáveis.
É gostoso pensar nessas coisas, não é?! Sonhar e fazer planos é muito bom. Jogar e se divertir com os amigos fazendo um “bolão da firma” é um momento muito gostoso, damos boas risadas e até brincamos com quem não entra no jogo. Há aqueles brincalhões que dizem: “no ano que vem só você trabalhará na empresa, pois todo mundo ficou rico!”
Não há problemas quando nos envolvemos em jogos de loteria, fazer aquela “fezinha” ou apostar no seu time de coração (ou até contra ele!) e tentar ganhar algum dinheiro com isso. Mas as palavras que devem te nortear nisso são: diversão e limite!
Nos últimos meses, as apostas esportivas e cassinos online têm dominado muitas conversas e portais de notícias. Temos conhecido casos de pessoas que, sim, fizeram algum dinheiro, mas infelizmente, temos conhecido casos absurdos de pessoas que pegaram todas as suas economias e até dos seus parentes e perderam tudo, tudo mesmo.
Veja estes casos:
- Ela perdeu R$ 160 mil no Jogo do Tigrinho: 'Pior que droga, é desesperador'
- Apostas on-line: "Cheguei a perder R$ 60 mil em um dia", conta viciado em jogos
- Viciados em apostas relatam perdas milionárias: 'Queria deixar de existir'
São inúmeros casos de pessoas que perderam tudo ou muito mais do que podiam. E isso ocorreu porque a diversão se transformou em vício. Não souberam determinar limites para si mesmas.
Como dito anteriormente, quando há diversão, tudo bem. A brincadeira é saudável. Mas quando isso vira vício? Como identificar sinais perigosos que mostram que estamos no caminho errado? Aqui trazemos alguns sinais para você identificar isso:
- O jogo deixa de ser apenas uma diversão, quando a pessoa enxerga o jogo como uma fonte de renda ou uma solução para seus problemas financeiros;
- Instabilidade emocional;
- Começa a gastar além do que se propôs ou se endivida para continuar jogando;
- Quando perde um jogo e acredita que se continuar tentando irá recuperar cada centavo perdido;
- Isolamento social/diminuição de interação com amigos e familiares;
- Tempo excessivo gasto em pensamentos sobre jogos, estratégias e soluções para as próximas oportunidades/jogos.
Esses são apenas alguns sinais preocupantes que podem demonstrar se a pessoa já ultrapassou o limite da diversão. Esse é um assunto muito sério, mas que as pessoas ainda não entenderam a gravidade do problema em que estão se metendo.
O dinheiro é para ser utilizado para gerar qualidade de vida para nós e para quem nos cerca. O dinheiro deve servir a nossa vida, não o contrário. É para gerar satisfação, cuidado, não medo e angústia.
Só que muitos, na tentativa de encontrar atalhos, querem ficar ricos de um dia para o outro e trazem para si e para seus familiares muitas preocupações, riscos, medos e angústias. Quantas pessoas você não conhece que pegaram muito do que tinham e colocaram esperança em um jogo, uma aposta e perderam tudo?!
O convite aqui não é parar de jogar, mas reconhecer quando isso foge do controle, quando vai além da diversão.
Continue se divertindo, fazendo sua “fezinha”, apostando no seu time de coração, mas tudo com muita sobriedade e com limites. Se essa é uma forma que você se diverte, determine um valor máximo (e baixo) no seu orçamento para isso, mas seja disciplinado.
No fim de ano que está (quase) próximo, se quiser, não passe em branco no bolão da mega da virada. Faça planos de como irá gastar o dinheiro, as viagens que fará, a reforma que fará na sua casa ou, até quem sabe, uma casa nova! Sonhar é muito bom!
Mas lembre-se da regra: diversão. Fale não à perdição.
Cuide de você, de quem te ama e fique de bem com seu bolso.